Queridos  (as) filhos (as),
Nas alegrias e esperanças de mais um aniversário de fundação desta “grande obra”, tomo a liberdade de apresentar-vos algumas palavras, que julgo nesta hora serem oportunas falar-vos. Na verdade transcreverei alguns pensamentos que não são essencialmente meus; tomei a iniciativa de pedir emprestada a reflexão de quem tem “bagagem” espiritual, vocacional e testemunho imensamente mais superior do que esta pobre alma que vos escreve.
Olhando para São Francisco, um dos baluartes desta Comunidade, fiel espelho de Cristo, percebemos o que fez dele um dos grandes Santos da Igreja. Sua conversão, sua abertura, e seu amor ao Divino, fortemente demonstrado por sua experiência pessoal e grande testemunho de vida, nos leva a entender o que acontece quando  alguém  deixa de ser um eu e se configura diretamente com Ele (Deus). Não entendemos, por vezes, o que faz Deus precisar de nós, já que Ele é pleno de amor e essencialmente bom, e nós somos limitados, cheios de imperfeições.
Quando vislumbramos esta dinamicidade da entrega a Ele, compreendemos que na realidade não é Ele quem precisa de nós, somos nós que dele necessitamos. São Francisco de Assis conseguiu em altíssimo grau chegar a esta contemplação da entrega a Deus. Olhando primeiro para suas misérias, percebendo os defeitos que tinha, mas, firme na esperança de que Deus o queria não pelos defeitos, mas, pelo ser bom que ele era. Neste contexto na realidade todos nós somos bons, pois somos seus filhos, filhos de Deus, sua imagem e semelhança.
Irmãos (as) amados (as), este jovem de Assis hoje nos inspira a exortar-vos cada vez mais a perseverarem em vossa caminhada. Tenho certeza de que Francisco em seus diálogos com Deus, no gozo da contemplação de sua presença nas criaturas, por vezes não entendia o que estava acontecendo em sua vida. A vida do vocacionado é, foi e sempre será assim.  Uma nuvem, uma neblina por mais que nos impeçam de enxergar o que existe do outro lado, ela não se perpetua. Um dia ela cessa e compreenderemos, vislumbraremos o que por hora não alcançamos.
Por fim caríssimos filhos, deixo-vos uma parte de um dos escritos de São Francisco para que ele cada vez mais entregue-vos nos braços de Deus e no colo da Virgem, para que continuem com ânimo renovado, com espírito e alma elevados e com certeza de que nós somos imperfeitos instrumentos nas mãos de Deus em favor dos homens.
“Onde há caridade e sabedoria, aí não há nem temor (1Jo 4,18), nem ignorância. Onde há paciência e humildade, aí não há nem ira nem perturbação. Onde há pobreza com alegria, aí não há nem ganância nem avareza. Onde  há quietude e meditação, aí não há nem preocupação e caminho sem rumo. Onde há temor do Senhor para guardar seus átrios (Lc 11,21), aí o inimigo não tem lugar para entrar. Onde há misericórdia e discernimento, aí não há nem coisa supérflua, nem rigidez”. ( São Francisco de Assis)
Parabéns! Paz e bem!
Andreson Madson Ferreira do Nascimento
Seminário de São Pedro / Arquidiocese de Natal
14/11/2011